sexta-feira, 8 de março de 2013
Sob(re) confetes e máscaras
no carnaval a gente inventa, sai de fantasia, mais fantasiado do que de costume. usando máscaras alegóricas, disfarçando tudo o que há de mais particular. no meio do baile encontramos olhares que facilmente se tornam interessantes, talvez ajudados pelos goles de cerveja, o som alto dos músicos e das conversas gritadas ao ouvido. percepções logo se tornam conversas bêbadas sobre filmes, músicas e alguma coisa mais. tudo começa com um pedido de isqueiro forjado, logo estariam acamados em um quarto de hotel. andam pela praça a se perguntar o interrogatório de uma primeira conversa, como sempre. beijos no banco da praça, beijos rápidos e reprimidos por algo, alguém que é quase invisível. no outro dia, no mesmo lugar, as mesmas conversas. entre um vinho bom, músicas boas, conversas boas, o corpo não quis nada além de uma gozada imbecil e muito sono. penetrei os olhos em busca de outros, cativei-lhe a alma em busca de outra. fui mais eu mesmo que em outrora. guarde suas dobraduras para alguém que possa se desdobrar, guardarei meus poemas. nada é consumado aqui. são só palavras.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Passou da hora
mas aqui, dizia o velho ao amigo, também velho. esse mundo é vazio não é mesmo? o outro concordava sem nada ter entendido com o barulho do ônibus. o primeiro continuava - aqui ninguém conversa com a gente. somos sempre ofendidos, ignorados, desapercebidos. somos a quinquilharia de uma chamada nova geração, que se diz libertária e não-conservadora. estão todos perdidos. Senhor! - Diz o cobrador. Já passamos pelo Terminal Central por duas vezes, os senhores vão descer em algum ponto?Vai passar da hora!
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
terça-feira, 4 de setembro de 2012
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Balanço
uma hora é preciso parar e fazer um balanço, pra historiadores ou pseudos, isso é ainda mais necessário.
22 anos, que muitos dizem ser 82, pela velhice caduca e ranzinza que carrego na ponta da língua, de mau humores repentinos à mais cruel sinceridade. me tornei chato, o chato do chato, o otário, o cagão. e como já dizia o mestre Cazuza, pra mim não há perdão. não o pedi, por isso também não me importo. carrego na mente infintos pensamentos sobre como deveria ser, como deveria não ser, como seria se, e cansado de tentar achar explicações, perdi-me muitas vezes pelo mar de um milhão de pixels, que seja. meu coração é um balão e ele anda voando muito rapidamente, talvez não
tenha sabido controlar aquela chama que o faz subir e subir pelas nuvens
sem ter a minima noção dos perigos que elas trazem. nem sempre foi
assim, um dia eu diminuí essa chama e por isso caí, pra muito fundo num
poço escuro. agora me encontro exatamente com a mão nesse dispositvo,
pensando no que fazer, me deixar subir infinitamente numa direção
qualquer me livrando de algumas conquistas que pesam e me impedem de ir
voando sem direção ou ficar com tudo isso, baixar a guarda e rabiscar
com faca o desenho que fiz, desligar essa chama e ir descendo até chegar
naquilo que eu já conheço. me disseram que a escolha é minha e que os
sentimentos vão me perseguir no voar mais alto ou na mais veloz descida.
eu não sei o quanto de coração eu tenho pra aguentar um vôo tão longo, o
quanto desse peso eu posso me livrar sem talvez nunca conseguir voltar
desse vôo e o que esse vôo vai me proporcionar, não que eu peça algo em
troca, não nessa ambivalência desesperada de dar e receber, mas são
essas incertezas e incostâncias que me fazem hesitar. minha segurança
toda vai se esvaindo como o combustível que mantem essa chama acesa. não
tenho ponto final, nem decisão alguma, estou, como sempre estive, e disso
eu tenho certeza, a mercê de forças exteriores, do vento talvez ou da falta dele. meu coração anda
sangrando pela força das cordas que o seguram no chão e que o
impulsionam para o céu. Renato Cabral me contou nas páginas de uma revista podre que o amor é como Merthiolate, aquele de cor laranja e que causava dor nas feridas de infância e é a melhor metáfora até hoje. quero Merthiolate novo, não quero mais dor.
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