domingo, 25 de dezembro de 2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
(ti)laceremo-me
"os cacos-de-vidro cortam mais que as facas"
o tempo, tempo, tempo já não tá dizendo mais nada. e olha que ele disse que iria passar.
essa coisa de tempo me incomoda muito. dizem as línguas por aí que-vai-passar, que o tempo cura e o escambau. não vi cura nenhuma, não vi dor passar. meu estômago ainda vibra estridentemente a cada passo que eu te vejo dar sem mim. sento-me numa mesa de bar todos os dias para ocupar o tal do tempo ocioso que "tenho", embriago-me de cerveja e cigarros e quando olho no relógio e pro calendário que o acompanha, os vejo se transformar paulatinamente. mas meus batimentos cardíacos não mudam. continuam acelerados, as vezes tanto quanto o tempo que passa, me deixando cada vez mais longe do último abraço-beijo-aperto-de-mão, as vezes tanto quanto o tempo que separa o ponteiro do relógio de um segundo ao outro, quando insisto em ficar olhando pra eles durante vários minutos. os meus órgãos dão os mesmos sinais de quando essa saudade que insiste em habitar esse corpo doentio, era menor. o tempo não cura ninguém e ouvi isso numa mesa de bar, de quem tem o relógio cravado na carne, escorrendo e dilacerando por cada segundo-minuto-hora. o tempo me fode em todos os tempos.
I know it's Over, grita o Morrissey
eu sinto em dizer I do!
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
"primeiro como tragédia
depois como farsa
Pode ser assim que tudo realmente aconteça, até as histórias mais cotidianas"
mar, imenso mar, você mudou
e eu não fiquei pra trás
vim e não fui o mesmo nunca mais
o olhar já não é o mesmo e o meu coração também não
ou a minha mente, não sei
talvez tenha me tornado muito de um eu-mesmo-mais-de-um-outro
talvez seja farsa, talvez farsa trágica.
(e ainda assim penso que as ondas vão e voltam, não sem se transformarem).
depois como farsa
Pode ser assim que tudo realmente aconteça, até as histórias mais cotidianas"
mar, imenso mar, você mudou
e eu não fiquei pra trás
vim e não fui o mesmo nunca mais
o olhar já não é o mesmo e o meu coração também não
ou a minha mente, não sei
talvez tenha me tornado muito de um eu-mesmo-mais-de-um-outro
talvez seja farsa, talvez farsa trágica.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
um ano
o fone ia estourando os tímpanos enquanto o ônibus lotado encaminhava-me pra o lar-doce-lar. batia um vento vindo da janela de um céu de fim de tarde de um falso inverno que me fizera suar durante todo o dia, foi quando olhei no relógio e vi que o agosto escorregou por entre os dedos e pensei em nós, sobre esse um ano que diz muita coisa. diz que eu sobrevivi daquele agosto tenebroso. que foi a palma da sua mão sobre a minha num aperto quente andando desvairados numa avenida quase deserta, que me fez levantar da imensa escuridão em que eu me encontrava. ou me perdia. ou não sei. uma escuridão que me engoliu por muito tempo. o meu coração doeu por muito tempo, por ter sido apunhalado por mim mesmo. e foi nos maços de cigarro e no gosto bom(?) do álcool barato que ele se viu remediado, mal sabia quanto amor havia num sorriso que iluminaria toda essa cidade escura. e foi nessa mesma noite, que eu vi na beira do abismo uma chance. uma única chance de sobreviver mais de demasiadamente eu mesmo do que do mundo, se bem que é nessa metafísica do espelho que se vê quanto o mundo está intrincado em você, como uma cicatriz. eu sobrevivi ao meu próprio veneno, corda ou lâmina e entreguei a você, o direito de determinar um caminho pra mim. enlouqueci por um tempo, disse em voz alta o quão louco estava como numa auto-terapia fajuta e no auge dessa loucura me senti curado, da possessividade e da minha impossibilidade de ter em mãos a minha própria vida.
me salvei me achando em você e depois me perdi, enlouqueci. me encontrei quando estive a passos de te perder. foi preciso que eu me achasse em mim pra só depois haver um "mim" em "mim", um "ti" em "ti", um "nós". do mundo não me livrarei, nem ele de mim, aprendi que só há uma salvação ao alcance da mão. não ouso dizer aqui, está em todas as bocas mas em poucos corações.
me salvei me achando em você e depois me perdi, enlouqueci. me encontrei quando estive a passos de te perder. foi preciso que eu me achasse em mim pra só depois haver um "mim" em "mim", um "ti" em "ti", um "nós". do mundo não me livrarei, nem ele de mim, aprendi que só há uma salvação ao alcance da mão. não ouso dizer aqui, está em todas as bocas mas em poucos corações.
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