sexta-feira, 8 de março de 2013

Sob(re) confetes e máscaras

no carnaval a gente inventa, sai de fantasia, mais fantasiado do que de costume. usando máscaras alegóricas, disfarçando tudo o que há de mais particular. no meio do baile encontramos olhares que facilmente se tornam interessantes, talvez ajudados pelos goles de cerveja, o som alto dos músicos e das conversas gritadas ao ouvido. percepções logo se tornam conversas bêbadas sobre filmes, músicas e alguma coisa mais. tudo começa com um pedido de isqueiro forjado, logo estariam acamados em um quarto de hotel. andam pela praça a se perguntar o interrogatório de uma primeira conversa, como sempre. beijos no banco da praça, beijos rápidos e reprimidos por algo, alguém que é quase invisível. no outro dia, no mesmo lugar, as mesmas conversas. entre um vinho bom, músicas boas, conversas boas, o corpo não quis nada além de uma gozada imbecil e muito sono. penetrei os olhos em busca de outros, cativei-lhe a alma em busca de outra. fui mais eu mesmo que em outrora. guarde suas dobraduras para alguém que possa se desdobrar, guardarei meus poemas. nada é consumado aqui. são só palavras.