terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

escrevo com o ventilador ligado, o ardente calor queima a pele e os meus olhos, nessa casa de janelas de vidro sem cortina...

tudo ficou tão claro e tão o[su]bjetivo . após tanto teimar em não aceitar os fatos, eu resovli me despir de toda a imundice que me cercava e por pra fora, bem vomitado, tudo o que estava apodrecendo meu coração, coração esse que já nem sei se bate ou se rebola. a orientação sexual ou a falta dela me acompanha desde os 14 aproximadamente, me dilacerou tanto até agora, que as cicatrizes certamente não mais de feicharão, mas ao invés de deixá-las abertas, sangrando, pulgando, apodrecendo, resolvi que irei remediar, me desenquadrei de todo e qualquer rótulo, hetero, homo, bi [sexual ou afetivo] (já são tantas palavras pra camuflar o preconceito, que já nem sei o que usar). Vá lá. não vou seguir nenhum ramo dessa publicidade vulgar, eu sou ser humano carente, de gente, de outra gente, gente quente, que me aguente, que me sente, sou carente de cama quente, posso ser até doente, sou carente. Não quero um homem, uma mulher, eu quero uma pessoa, duas, três, mil. quero sentir a outra pele na minha, o calor, a energia das almas, quero sentir, quero viver e nada vai mais me impedir.